domingo, 17 de abril de 2011

O Elefante Branco - O livro


Falando um pouco sobre o Natan

Recordo-me do Professor Natan, ainda quando era Natal. Ele se chamava Natal, mas decidiu que mudaria de nome e escolheu Natan, que significa a prenda de Deus. Ao procurar no Google o significado do nome encontrei: “Trabalhador incansável, muito dinâmico, inteligente e criativo, possui muita disciplina e está sempre disposto a colaborar sem outra intenção que não seja a de ajudar os outros. Com sua praticidade consegue executar quaisquer tarefas cansativas e monótonas, daquelas que a maioria das pessoas costumam recusar. Não admite ser interrompido quando está trabalhando, e é crítico por demais com si mesmo e com os outros”. Faço minhas estas palavras. Natan tem olhos de filósofo que se encantam com a Coruja de Minerva lançando luzes na escuridão do conhecimento educacional e filosófico. Com isso contribui para que enxerguemos o que não percebíamos ainda. Corajosamente ele lança o livro, O Elefante branco, que li com muito gosto e não tive vontade de parar. Histórias que relembram minha infância e me fazem viajar. Aos poucos ele nos prepara para estudos mais profundos. Com uma narrativa impressionante da realidade do que se passa no imaginário infantil e adulto até chegar no mundo dos filósofos, sem, contudo, perder a grandiosidade dos mitos, percorrendo o caminho para o ensino agradável de uma ciência tão necessária para se ampliar a visão de mundo por meio da criticidade. Na primeira parte de sua obra como se pode constatar, ele utiliza de uma linguagem que favorece sobremaneira a leitura das crianças, pois sua narrativa é simples e inteligente. Algo que nossas crianças necessitam para que tomem gosto pela leitura, recriando a cultura do ler, tão renegada nos últimos tempos. Na segunda parte ele consegue demonstrar como deveria ser o trato com o ensino da filosofia, principalmente com as crianças. Como se sabe, a filosofia tem sido vítima de um longo vai e vem no Ensino Médio do Brasil, possivelmente por não ser bem difundida, ao sabor de mestres não mestres. Trata-se de uma constatação de pelo menos 20 anos de trabalho com alunos do Ensino Superior. No primeiro encontro que tenho com eles pergunto: qual é a sua impressão ou o que você trás de experiência relativo à filosofia no Ensino Médio? E são inúmeras as respostas que acusam a nossa incompetência no trato com a didática do ensino de filosofia. Possivelmente se buscarmos um bom entendimento daquilo que nos oferece o Professor Natan, vamos nos deparar com alunos e professores que tiveram uma boa relação com a área da filosofia e a terão como uma ciência que tem o seu lugar na educação mundial para contribuir no trânsito das consciências alienadas para uma consciência mais crítica do mundo. Trata-se realmente de uma literatura necessária para as pessoas em construção. Edgar Pereira Coelho edgar.coelho@ufv.br Graduou-se em filosofia pela PUC/MG, mestre em filosofia pela UFJF e doutor em Educação/Filosofia da Educação USP. É professor de filosofia no Departamento de Educação da Universidade Federal de Viçosa – MG.